Queria fazer das estradas minha morada e ter sempre o calor do público como meu teto e meu aconchego.
Perambular
Sentir quem sou
Mambembrincar e deixar que arte tenha sobre meus sentido o poder... (Como se já não tivesse rs)
sexta-feira, 6 de julho de 2007
O DEDO DE CAHLO
Uma saída túnel Um corredor fechado Duas vias seguem Inteiras, descobertas e rejeitadas;
O pé e as patas acusam a condição humana Apontam pra seus olhares chorosos de cebola e vinagre Os dedos cospem na lata Vão reforçando toda a ira e demência Contra a decisão de a borboleta sair do casulo
Cinicamente o humor vulgariza a transição dos opostos Mesmo assim o dedo vai até a chama da pequena concha E adentra o rio do amor de duas.
...NOITES, MADRUGASDAS, SONHOS, GOSO, TUDO ISSO É AO TEU LADO...
RÓTULO
Quando chamo gerúndio Vou participando do futuro imperfeitamente Solto as palavras com todas as conjugações Desnecessárias e irreparáveis. Afinal de tudo, pra que serve o fundo, No apuro do escuro vazio com eu dentro de você?
É preferível ser, antes de conjugar-me em adjetivos, Infalíveis que todos chamam. Sobre mim há o avesso dos rótulos. Eles nada sabem sobre as pessoas que cultivo no amor e no ódio que não me habita.
UMA CÓPIA
Os caminhos pararam de seguir E eu continuo persistindo Querendo ter as curvas tortas de um desejo mau acabado Resumo minha vida em linhas brancas manchadas de carbono Passo a limpo tudo que sonhei Guardo os rascunhos Neles estão os desenhos do teu rosto Aquarela e grafite.
O retro-projetor lança pra longe o Meu desejo de ver teu corpo exprimir o meu. E a luz brilha perto dizendo para eu calar.
Vejo as cópias do coração Ensangüentado de guache água e sal Tudo tóxico! Sufocando meu peito copiado em páginas amarelas.
O abajur e Os Pirilampos
A casa estar cheia de pirilampos Voando e pousando sobre a cabeça Do abajur laranja com dourado Que ontem estava no quarto E que agora ninguém ver
Quebrou-se e seus cacos espalharam-se por todos os cômodos Cozinha, sala, cama, mesa e banho. Os pirilampos carregam os caquinhos do abajur E vão desmontando o quebra-cabeça Transformando as peças em gotas de orvalho Que caem dos furos do teto e molham o espelho de luz Com a imagem de dois homens velhos Desbotados, loucos, amantes e lunáticos.
Despido
Procuro sempre ficar entre as letras E dentro dos livros. Esconder-me quem sabe no Que o poeta não escreve. Segredos...
Ocultar meu rosto Cobrir meus olhos E dentro do que não se pode ver Despir minhas fraquezas.