domingo, 7 de outubro de 2007

POR NADA


Nada será como antes!
Nem meus olhos tortos
nem minha mãos medonhas e
muito menos minha face mentirosa.

Sinto me cansado e, peço socorro com a boca salivante.
Um cego, um mudo, redondo mundo, como antes e talvez se existir amanha.
Eis a filosofia: Só nos resta o agora sempre mém!
E nada será como nunca foi.

segunda-feira, 24 de setembro de 2007

segunda-feira, 17 de setembro de 2007

O Corpo

Ao estalar da noite vejo teu corpo esparramado
Em cima do meu peitode longe sinto tua respiração
E de perto só consigo ouvir teu gemido
Teu coração acelera a cada batida do meu cóxis
Tuas curvas gemem com meus sussurros com suspiros
E entre as pernas entreabertas o calor genital queima-me os dedos
Lambuzados de sal e meu.
O desejo de te amar me inquieta
Prossigo minha língua em você
E desapareço por dentro dos teus cabelos.

CHINELA


Caminhei quarenta dias e quarenta noites pela solidão
Procurando o lugar onde jorra beijos de mel.

Minha língua triste!
Meu lábio seco!
Eu descalço.
Caminhei quarenta dias e quarenta noites
Na esperança de me encontrar ao sol.

Minha língua preta!
Meu lábio incolor.
Vejo as marcas na chinela, do pé que me pisou.

sexta-feira, 14 de setembro de 2007

NA LAGOA DOS HOMENS PELADOS

Na lagoa dos homens pelados
tomei banho com as vergonhas cobertas
culpa dos princípios hipócritas de uma urbanização
desavergonhada

Enquanto eles se despiam e mergulhavam no lago
eu apenas rosava de vermelho as fases
poetizando a cena em uma tela como se Dali visse
todos os corpos repartidos em inocência e genitais

Surrealisticamente vendo, há alguns corpos sem brilho
na lagoa dos homens pelados.
E só agora percebo que no interior rural há muitos homens meninos.

quarta-feira, 12 de setembro de 2007

A TERCEIRA MARGEM DO RIO

O Clown

Quando for possível acabar com todas as lágrimas
restarão apenas as tristezas secas, vazias, estafadas...
Será neste momento que plantarei o riso mudo de um clown em chamas,
sem nada por dentro, gargalhando toda a mágoa pra fora.

terça-feira, 11 de setembro de 2007

VERSOS

MENINO QUE VIVE A VOMITAR VERSOS
E QUE SONHA EMPURRAR EM TODAS AS GOELAS SEM BAIXO
PALAVRAS INDECIFRÁVEIS
DOS RÉUS MORTOS NOS MASSACRES DA PAIXÃO

terça-feira, 28 de agosto de 2007

Possessividade


Não ver?
Tudo que penso, penso por mim e por você,
sendo assim como sempre foi
E gora você fala, faz, faca em minhas palavras ditas!

Não ter?
Tudo que falo é por mim e por você,
assim sendo do jeito que sempre foi.
E agora você parte para marte longe de mim.

sexta-feira, 24 de agosto de 2007

Morte por Separação


Quando você me deixou
bati as asas e cacarejei sem pena de mim.
Era a morte puxada da cabeça aos pés,
como galinha que quebraram o pescoço,
mas que não viveu em vão.

terça-feira, 21 de agosto de 2007

Desejo a primeira vista

Visão
Pulsação
Inquietação..
Fixação
Reação
Abração
Pegação

Beijão
Lambuzação
Paixão
Colchão e depois... Penetras são.

O Botão de Flor



Quando o botão da flor vinha
eu dizia: "avia muié, espia e apricia".

Me finco no canteiro e rego e adubo e falo:
- olha a via por onde me vinha você.

Primavera




Nas bonitas primaveras
jurei não te esquecer!
Martelando pregando e remoendo teu nome,
com um desejo perfumado e colorido.
Nas horas de pavor eu corria pra junto das flores,
me atirava ao solo fértil como semente que o passarinho soltou.

Na paixão e primavera
jurei não te esquecer
quando na verdade eu só penso em girassóis.

sexta-feira, 17 de agosto de 2007

Canteiro de Margaridas


Vou fazer do meu corpo um grande canteiro,
adubar, regar, plantar, alimentar e ofertar
aos teus olhos as maravilhas ramificadas
em meus ossos cheinhos de necta

Quero deixar de ser pessoa, quero apenas ser canteiro,
parar de ler poesias, largar de mão e nunca mais comer pão
e se eu voltar a pedir tua mão será apenas pra te ofertar
a aliança de flores que brotou dos meu dedos

Será melhor para o mundo que eu seja um jardim
para ver as lindas margaridas que todos os dias
perpertuam minha alma.


quinta-feira, 16 de agosto de 2007

Ipé Amarelo

No centro do caminho encontrei meu pé de poesia,
ao redor do meu pé e pés pareciam cerâmicas
com imagens de barquinhos amarelos velejando
pelo mar amarelo e no infinito um arco-íris todo amarelado.

O chão tava todo untado de flores caídas no chão,
fiquei até com medo de dar continuidade aos passos,
são todas tão sensíveis as pisadas.
Volta e meio volver!
Ontem e meia voltei e não estavam lá.

O chão não se lembra, mas foi o vento
quem levou as poesias que as tardinhas caiam do ipé amarelo.

quarta-feira, 15 de agosto de 2007

Um deles

o menino.
o mé!
a pé?
ué..

a menina.
o mé..
a pé!
aé?

E os dois com gostos iguais.

Esperando

Se ao menos voltasse o meu retartatário amor e se revoltasse com a demora.

Permanceria na espera tardia de mim
que apenas durmo pra não mais pensar.

Minha esperança ta doida

...prefiro ser demente ao pensar que te tenho

do que ter a sanidade certeza de que você não é

de ninguém...

4 pé


Preciso vomitar 4 palavras
antes de te atacar com 4 pedras na mão.

Aos poucos vou percebendo meus pés
e meus joelhos em uma curvatura baixa e mesquinha

te beijo os pés e vou levantando devagar sem tirar os olhos de você.

sexta-feira, 10 de agosto de 2007

O BEIJO






As vezes sinto que meu coração bate em descontrole,


que minha respiração perde a direção e que meus olhos se


fecham rumo ao poço que me engole, lambuza e me faz feliz.

... dou meu teto por tua volta
e amplio meu jardim em sua chegada...

quarta-feira, 1 de agosto de 2007


ESTOU COBERTO POR ESSA VONTADE

QUE SINTO DE BEIJAR TUA BOCA

É COMO SE TUDO EM MIM GRITASSE

É COMO SE TUDO EM MIM PEDISSE

EM FORMA DE ORAÇÃO E SACRIFÍCIO

quinta-feira, 12 de julho de 2007

AMOR


O
AMOR
É
UMA
FORÇA
DA
NATUREZA

PERAMBULAR(TE)


... VIVER ASSIM, NAS RUAS, NAS PRAÇAS...

Queria fazer das estradas minha morada e ter sempre o calor do público como meu teto e meu aconchego.

Perambular

Sentir quem sou

Mambembrincar e deixar que arte tenha sobre meus sentido o poder... (Como se já não tivesse rs)

sexta-feira, 6 de julho de 2007




O DEDO DE CAHLO

Uma saída túnel
Um corredor fechado
Duas vias seguem
Inteiras, descobertas e rejeitadas;

O pé e as patas acusam a condição humana
Apontam pra seus olhares chorosos de cebola e vinagre
Os dedos cospem na lata
Vão reforçando toda a ira e demência
Contra a decisão de a borboleta sair do casulo

Cinicamente o humor vulgariza a transição dos opostos
Mesmo assim o dedo vai até a chama da pequena concha
E adentra o rio do amor de duas.
Boca Poética

A tua boca não é passa-tempo
Nela encontro poesias que dão prazer.
Toma essa poesia em forma de beijo.

Tua boca é perdição
Delas os versos se derramam
Como salivas ao vento.
Amo a poesia que sae da tua boca.
Toma essa poesia em forma de beijo

É tua boca um paraíso
Que jorra versos com gosto
De beijos de língua;
É com esses beijos molhados de versos
Que quero me perder, feito poesia em carne e osso.
Toma essa poesia em forma de beijos.


conexão estabelecida
entre a realidade virtual
e o desejo
q sinto
de possuir
vc
bjbjbjbjbjbjbjbjbjbjbjbjbj
TODA NUDEZ SERÁ CASTIGADA



... com ouvidos cheios flores

recém cortadas, com a língua


cheia de amor e de agonia..





... perdi-me muitas vezes pelo mar


ignorante da àgua, vou buscando


uma morte de luz que me consuma...





GARCIA LORCA

quinta-feira, 5 de julho de 2007


...
existe
no pano
de fundo
muito
mais que
aparência...
pele, pêlos, ossos, musicas, vida e amor.
Viva as noites em que me deitei contigo!!!!!!!!


...NOITES, MADRUGASDAS, SONHOS, GOSO, TUDO ISSO É AO TEU LADO...

RÓTULO

Quando chamo gerúndio
Vou participando do futuro imperfeitamente
Solto as palavras com todas as conjugações
Desnecessárias e irreparáveis.
Afinal de tudo, pra que serve o fundo,
No apuro do escuro vazio com eu dentro de você?

É preferível ser, antes de conjugar-me em adjetivos,
Infalíveis que todos chamam.
Sobre mim há o avesso dos rótulos.
Eles nada sabem sobre as pessoas que cultivo no amor e no ódio que não me habita.

UMA CÓPIA

Os caminhos pararam de seguir
E eu continuo persistindo
Querendo ter as curvas tortas de um desejo mau acabado
Resumo minha vida em linhas brancas manchadas de carbono
Passo a limpo tudo que sonhei
Guardo os rascunhos
Neles estão os desenhos do teu rosto
Aquarela e grafite.

O retro-projetor lança pra longe o
Meu desejo de ver teu corpo exprimir o meu.
E a luz brilha perto dizendo para eu calar.

Vejo as cópias do coração
Ensangüentado de guache água e sal
Tudo tóxico!
Sufocando meu peito copiado em páginas amarelas.

O abajur e Os Pirilampos

A casa estar cheia de pirilampos
Voando e pousando sobre a cabeça
Do abajur laranja com dourado
Que ontem estava no quarto
E que agora ninguém ver

Quebrou-se e seus cacos espalharam-se por todos os cômodos
Cozinha, sala, cama, mesa e banho.
Os pirilampos carregam os caquinhos do abajur
E vão desmontando o quebra-cabeça
Transformando as peças em gotas de orvalho
Que caem dos furos do teto e molham o espelho de luz
Com a imagem de dois homens velhos
Desbotados, loucos, amantes e lunáticos.

Despido

Procuro sempre ficar entre as letras
E dentro dos livros.
Esconder-me quem sabe no
Que o poeta não escreve.
Segredos...

Ocultar meu rosto
Cobrir meus olhos
E dentro do que não se pode ver
Despir minhas fraquezas.